Dando continuação ao post História da Fotografia, publicando anteriormente, outros dois nomes devem ser lembrados na história daquilo que se entende hoje por fotografia.Daguerre e outros continuaram a aperfeiçoar as chapas sensíveis, os materiais de revelação e fixação e até mesmo as objetivas. Mas foi uma invenção de Josej Petzval, matemático húngaro, que libertou os primeiros fotógrafos dos absurdos tempos de exposição, que chegavam à 30 minutos nos primórdios: uma lente dupla, formada por componentes distintos, com abertura f 3.6, trinta vezes mais rápida do que as tradicionais lentes Chevalier, adotadas até então.
Josej Petzval
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Mesmo assim, o invento não resolvia o problema final para a total popularização da fotografia: a reprodução, pois todos os processos produziam um só positivo. Foi o inglês Fox Talbot que resolveu a pendenga, ao criar o sistema para reprodução infindável de uma imagem fotográfica a partir da chapa exposta, o negativo. Isto ocorreu na década de 40 do Século XIX. De lá para cá, todas as demais invenções foram aperfeiçoamentos de um mesmo sistema. Outra revolução igual só aconteceria com o advento da câmara digital.
Fox Talbot |
O Brasil na Rota dos Pioneiros
Se não em todas as áreas, com certeza na das invenções e descobertas, a história não tem sido justa com muita gente. A França, sem dúvida, foi a mãe da fotografia. Mas não se pode definir precisamente o pai. Hoje, graças ao trabalho incansável e obstinado do jornalista e professor Boris Kossoy, um terceiro nome disputa a paternidade da fotografia: Antoine Hercule Romuald Florence, francês de nascimento, mas brasileiro de mulher (duas), filhos (20), netos, bisnetos e tataranetos. Kossoy investiu, de 1972 a 1976, numa das mais ardorosas pesquisas e reconstituições de métodos, técnicas e processos já realizadas no Brasil para levar uma pessoa do anonimato ao pódio dahistória.
Hercules Florence, como ficou internacionalmente conhecido a partir da publicação do livro de Kossoy, "1833: a Descoberta Isolada da Fotografia no Brasil" (editora Duas Cidades, 1980), nasceu em 1804, em Nice, e, com a ajuda do pai, pintor autodidata, estudou artes plásticas. Aos 20 anos, sua natureza inquieta e uma insistente falta de emprego o conduzem a um desconhecido Rio de Janeiro, onde passa um ano como modesto caixeiro de uma casa comercial e, depois, vendedor de livros. Pelos jornais descobre a vinda do famoso naturalista russo Langsdorff e é aceito como segundo desenhista daquela que viria a ser uma das maiores e mais profícuas expedições científicas realizadas no Brasil dos séculos passados.A contribuição de Florence à ciência, às artes e à história estava apenas começando. Em 1829, com o fim da expedição, ruma para São Paulo, e, em 1830, inventa seu próprio meio de impressão, a Polygrafie, já que não dispunha de um prelo. Gosta da idéia de procurar novos meios de reprodução e descobre isoladamente um processo de gravação através da luz, que batizou de Photografie, em 1832, três anos antes de Daguerre. A ironia histórica, oculta por 140 anos, é que o processo era mais eficiente do que o de Daguerre. Já em 1833 utilizou uma chapa de vidro em uma câmara escura, cuja imagem era passada por contato para um papel sensibilizado.
O livro e o trabalho de Kossoy, incluindo a reprodução dos métodos registrados por Florence nos laboratórios do Rochester Institute of Technology, levaram ao reconhecimento internacional do pesquisador franco-brasileiro, e até a França assimilou que a fotografia tem múltiplas paternidades.
Se você quiser saber mais sobre os trabalhos do professor Kossoy clique aqui.
Fonte: http://www.fujifilm.com.br/comunidade/historia_da_fotografia/index.html
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